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ILUMINURAS DA TARDE | KIDENIRO TEIXEIRA

LIVROS & ESCRITORES

BORBOLETAS


Dia claro. Lá vêm elas,

as borboletas brancas, azuis, amarelas,

de negro pintalgadas

e chuviscadas

de oiro das alvoradas.


São elas as nossas lindas

borboletas sarapintadas...


Voejantes, instáveis, incautas,

ao vê-las,

nos parecem loucos astronautas

sonhando com as estrelas.


Poetisas do ar,

alucinadas cinderelas,

seguem, em voos desgovernados,

beijando cravos, bogaris,

dálias entreabertas

e, até, quem sabe?!

apaixonadas, namorando...

Amando!


Os meus poemas são,

também, assim:

borboletas sarapintadas,

voejando, desgovernadas,

montanhas, devesas encantadas,

amando, imortalizando

e consolando

no beijo lírico da rima,

a alma aflita

e inconsolável das mulheres.


BIBLIOTECA RAIMUNDO COLARES RIBEIRO

Transcrito do livro ILUMINURAS DA TARDE, de Kideniro Teixeira, Editora Blocos, Maricá (RJ), 2000, página 70.

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